Reforçar Futebol e Voleibol Conquistar novas modalidades

Texto: Marcelo Neves

Foto: Hugo Monteiro


Quais as apostas fortes do Sp. Espinho?

BGA – Futebol e Voleibol. Não há hipótese de não ser a melhor escola nacional de formação no voleibol. Somos a maior potência nacional, o único clube com um título europeu ganho, por isso não tem lógica nenhuma o estado em que encontrámos a formação do voleibol, como por exemplo não termos uma equipa de juniores… isso é ridículo! Por isso quer no volei como no futebol a nossa aposta será na formação, porque um clube como o nosso, com as dificuldades financeiras que enfrenta, se não se alimentar da formação não tem hipótese de sobreviver.

Queremos uma equipa de voleibol forte, voltada para a conquista de títulos. Sabemos que nas últimas épocas a modalidade registou um volte-face muito grande, com investimentos substanciais por parte do Benfica, do Fonte Bastardo, com os quais não podemos e nunca iremos competir porque de forma alguma queremos entrar em apostas megalómanas. Não é possível combater um Benfica, por exemplo, cujo orçamento é dez vezes superior ao nosso. Temos no clube dos melhores atletas nacionais, temos uma figura que é uma lenda viva do voleibol nacional, que é o Miguel Maia, um jogador acima da média apesar da sua veterania e por isso acreditamos neles. Temos presença garantida na “final four” e para ela partiremos de cara levantada e de peito aberto, ombreando com formações com orçamentos muito superiores ao nosso.

E quanto a outras modalidades, o clube irá desfazer-se delas no futuro?   

BGA – Bem pelo contrário! Faço questão de recordar que no final dos anos 80 éramos o quarto clube mais ecléctico em Portugal e é nossa pretensão reavivar e trazer algumas dessas modalidades de volta ao seio do clube, como por exemplo o atletismo, a pesca desportiva, bem como desenvolver outras como o voleibol de praia, o surf… E aproveito para sublinhar que o caso da Natação do Sp. Espinho é um exemplo de gestão, consciente e cumpridora para todas as restantes modalidades!

E uma coisa fique bem clara: nós pretendemos um Sp.Espinho a uma só voz. Não será “o Espinho do vólei” ou “do futebol”, nada disso, somos um todo. Essa foi outra das razões para termos declinado a possibilidade de criação de uma SAD. Para evitar sectarismos e possibilitar aos associados viverem em pleno a vida do clube em toda a sua dimensão.

Por forma a executar esses projectos, o clube conseguiu já aglutinar ao seu redor o apoio de algumas das forças vivas da cidade? 

BGA – Com certeza. Há pouco falei da Câmara e não desenvolvi, mas a verdade é que sempre revelou uma abertura muito grande, tal como dos nossos antigos e novos parceiros, porque sabem para onde serão canalizados os seus investimentos, ao contrário do que acontecia há uns anos.

A equipa de futebol sénior é actual “lanterna vermelha” no CNS. Isso não faz esmorecer os projectos desta nova Direcção?

BGA – O nosso projecto passa impreterivelmente pela manutenção no CNS e temos a firme convicção de que vamos conseguir atingir esse objectivo. A posição da equipa no campeonato não espelha a qualidade do plantel. Temos atletas, e quero ressalva-lo, que são verdadeiros “tigres”, que perante situações bastante adversas de incumprimento e de menos boas condições de treino, sempre deram o seu melhor em prol do emblema que trazem ao peito e por isso merece todo o nosso apoio. Não podemos criticar uma equipa que andava só, desapoiada, que nem sabiam quem era o presidente ou o director para a área do futebol! Acreditamos totalmente nos jogadores que temos, mas também é evidente que precisamos e vamos reforçar o plantel, corrigindo algumas lacunas em certas posições-chave que estão em défice, reflexo de uma construção deficiente do grupo na pré-época.

Vai haver novidades em breve, então?

BGA – Certamente. Mas contra todas as expectativas e vicissitudes temos um balneário fantástico, com uma força, uma alegria, uma garra incríveis. Temos de ver que eles também são seres humanos, também sofrem com os problemas do clube e até agora não lhes demos as condições ideais para desenvolverem melhor o seu trabalho. Nós não queremos trazer para o seio do plantel reforços apenas para “fazer número”, a aposta tem de ser em unidades que venham fazer a diferença, que possam acrescentar algo de positivo, isto sempre dentro das possibilidades do clube. Queremos atingir a manutenção o mais rapidamente possível.

Tal exigência não acarreta pressão ao seio do plantel?

BGA – Não. A equipa tem de saber que o nosso campeonato começa agora e … daqui para a frente é para “homens de barba rija” e de garras afiadas como os nossos “tigres”! São 14 jogos, 14 finais. Esta paragem também será benéfica à equipa no sentido de podermos realinhar tudo e começar quase do zero, é como uma espécie de segunda pré-temporada, tempo de reflectir, integrar quem vem de novo e passar essa mensagem aos atletas de que o que passou, passou, virámos uma página e a partir de agora é uma história nova, com gente nova, determinada e um projecto que tem pernas para andar. Não tenho dúvidas que eles se sentem mais apoiados, sabem quem são as pessoas deste lado e sentem a mudança.