Mudança de atitude Premiou portuguesas

Texto: Marcelo Neves

Foto: Manuel Azevedo


Portugal-Suiça 1-0

Estádio Marcolino de castro

Santa Maria da Feira


Portugal: Patrícia Morais; Matilde Fidalgo, Sílvia Rebelo, Mónica Mendes e Carole (Regina Freitas, 45’); Dolores Silva (Carolina Mendes, 61’), Patrícia Gouveia e Cláudia Neto (Vanessa Marques, 55’); Ana Borges (Olga Freitas, 45’), Edite (Andreia Silva, 69’) e Jéssica Silva. 

Suplentes não utilizadas: Neide Simões, Adriana Rodrigues, Rita Fontemanha e Filipa Rodrigues.

Treinador: Francisco Neto.

Suíça: Antonia Albisser (Stenia Michel, 33’); Sandra Betschart, Daniela Schwarz, Rahel Kiwic e Lia Wälti (Caroline Abbé, 45’); Vanessa Bernauer (Martina Moser, 45’), Florijana Ismaili e Selina Kuster; Fabienne Bangerter (Ana Crnogorcevic, 77’), Eseosa Aigbogun (Fabienne Humm, 61’) e Lara Dickenmann.

Suplentes não utilizadas: Noëlle Maritz, Ramona Bachmann e Vanessa Bürki.

Treinador: Martina Voss-Teckleburg

Ao Intervalo: 0-0.

Golos: Andreia Silva (76’)

Arbitragem: Ana Aguiar, auxiliada por Vanessa Gomes e Ana Paula Teixeira; 4ª árbitra: Teresa Oliveira

Acção disciplinar: cartão amarelo para Selina Kuster (75’).

 

O que mudou na selecção nacional na segunda parte? Essencialmente a atitude, se bem que as entradas de Olga Freitas, Carolina Mendes e Andreia Silva tenham sacudido um pouco com o jogo português. Houve uma inversão de papéis: as portuguesas assumiram a responsabilidade de pressionar num bloco mais alto, a acertar nas marcações, fechando os espaços de circulação e passe às suíças e denotando uma maior agressividade na forma como “atacavam” a bola. Passaram a ter mais posse de bola, a realizar transições mais rápidas e com mais acerto e a importunar mais a defesa contrária. Precisamente aquilo que a Suíça havia feito na primeira metade.

“Vamos ter bola, vamos ter bola! Só estamos a defender, temos de ter bola!”, foi um dos incessantes apelos ou indicações transmitidas por Francisco Neto na primeira parte, ante o assédio constante e codicioso das helvéticas à baliza defendida por Patrícia Morais. A guarda-redes lusa foi mesmo a principal responsável pelo nulo ao intervalo, ao negar o golo por três vezes (aos 35’, 36’ e 41’), com arrojadas defesas. Portugal registou dois remates às redes suíças: por Carole aos 10’, à figura de Albisser (substituída por lesão aos 33’), e por Dolores Silva, aos 45’+1’, na sequência de um livre na direita cobrado por Cláudia Neto, mas que saiu demasiado alto.

Na segunda parte as suíças apenas nos minutos de compensação assustaram um pouco a defesa lusa. Até aí, nada digno de registo. As portuguesas ameaçavam, com a velocidade de Jéssica a abrir mais brechas na ala direita da defesa adversária – foi sobre ela a falta cometida que resultaria no livre que originaria o golo solitário de Andreia Silva, numa recarga a um remate de fora da área, executado com calma e precisão, já no limite da pequena área suíça – e aos 67’ Edite teve uma boa ocasião, mas a bola foi à figura de Michel, tabelando nesta e saindo por cima do travessão e aos 86’ Olga Freitas atirou ao lado.

Para a história ficam os resultados e atendendo a que o 42º do ranking (Portugal) venceu ambos jogos ao 19º (Suíça), acaba por ser um bom auspício para futuros compromissos (o “Algarve Cup” já em Março é o primeiro), mesmo sabendo que ainda há muitos pormenores por burilar, nomeadamente em matéria de circulação, passe, transições e maior clarividência atacante. A defesa em linha também merece alguma atenção, pois ainda permitiu algumas brechas perigosas. Na segunda parte, a defesa esteve seguríssima!