Cátia: Aventura espanhola deu-lhe “estaleca”

Texto: Marcelo Neves
Fotografia: Manuel Azevedo
A Cátia tem um percurso diferente, em clubes da Beira Interior e tem uma passagem pelo futsal da Galiza, no Poio Pescamar Fútbol Sala. Em que contexto surgiu essa possibilidade de experimentar o futsal espanhol?
CM – Na altura eu estava na Universidade [NOTA: UBI – Covilhã], onde fomos campeões nacionais e fui jogar o Europeu à Finlândia, com transmissão televisiva. O presidente do Poio estava a acompanhar os jogos, viu-me e gostou da minha forma de jogar, pelo que decidiram ligar-me e tentar contratar-me. Na altura tinha recebido vários convites de equipas nacionais e também espanholas, mas optei pelo Poio, até porque já conhecia uma colega portuguesa que jogava lá, a Daniela Ribeiro. Juntei o útil ao agradável, uma vez que estava a sair da Faculdade [NOTA: Curso de Optometria – Ciências da Visão] nesse ano e portanto não ia perder nada, ou melhor, poderia perder um ano de integração no mercado de trabalho, mas também não era certo… Neste momento estou a exercer.
O futsal espanhol está mais evoluído que o português?
CM – Na altura era mais competitivo, mas julgo que no presente e com os actuais moldes do nosso campeonato nacional, julgo que estamos a superar essa diferença. É verdade que tínhamos óptimas condições de trabalho, mas acho que em Portugal também houve uma evolução positiva nesse tocante e os clubes estão a apostar forte no Campeonato Nacional. Há clubes a darem maior atenção ao escalão feminino do futsal, que no entanto ainda não será suficiente, ao passo que em Espanha essa aposta já existe há muitos anos. Espanha estará em vantagem…
No regresso, a mudança para a Costa Verde e para o Novasemente. Já havia algum convite ou foi um “namoro” súbito?
CM – Já antes de ir para Espanha, em 2011, tinha recebido um convite do Novasemente, só que eu arrisquei aventurar-me no futsal espanhol. Mas deixei no ar a promessa de, ao regressar, vir jogar para cá e foi isso que aconteceu. Achei o projecto aliciante e também já conhecia a Sofia na Universidade, visto que o meu percurso no futsal começou precisamente na Universidade, pois antes jogava futebol de 11.
Se recebesse um novo convite do exterior, aceitaria nova aventura?
CM – Naquela altura, sem dúvida, mas actualmente se calhar não, pois já estou a exercer a profissão, na minha área de formação e seria mais difícil sair de novo. Mas se não tivesse nada, aí sim, fá-lo-ia.